Moradores dormem ao relento na fila dos ossinhos em Cuiabá

No Estado que mais produz e exporta carne no Brasil, pessoas dormem ao relento sem saber o que irão comer pelos próximos dias. Sem emprego por conta da idade avançada e do problema na coluna, Alonso Egydio decidiu arriscar a própria saúde e ir até o açougue.

No país da fila de ossos, o setor de carnes terá mais um ano recorde nas exportaçõesNa ocasião, conseguiu também a doação de uma cesta básica e panetone, que segundo ele, irão alimentá-lo por um mês, já que vive sozinho desde que perdeu a esposa para um câncer, há dois anos.

“Faz tempo que eu pego ossos. De primeiro a fila era curtinha, agora que aumentou bastante. O pessoal tá precisando”, diz.

Desde que a ‘fila dos ossos’ teve repercussão nacional, o número de pessoas em busca de ajuda no estabelecimento vem aumentando a cada dia. Atualmente, um grupo tem acampado em frente ao açougue para garantir a doação das sobras de boi ou de uma cesta básica, que é feita ao menos uma vez no mês, a partir da ajuda de entidades beneficentes.

 

 

fila ossinho
Foto: Reprodução

A proprietária do Atacadão da Carne, Samara Rodrigues de Oliveira, confirma que a procura pelos ossos aumentou. “Eu sofro muito, principalmente com o que eles estão fazendo ali. Eu peço por favor para que não durmam ali, mas eles vêm. […] Eles enfrentam sol, chuva e frio”, conta.

Em uma das situações, já em casa após um dia de trabalho, Samara recebeu uma foto das pessoas que iriam dormir na fila para pegar os ossos no dia seguinte e ficou bastante abalada. “Eu comecei a entrar em desespero”, lembra.

 

Desde a fundação do açougue há dez anos, Samara afirma que fazia doações aleatórias. No entanto, com a pandemia, houve aumento significativo. As doações eram feitas três vezes na semana. Agora, Samara mantém todas segundas e quintas-feiras por conta do aumento na procura pelos ossos e por causa da logística e toda mobilização envolvida.

 

Fonte: Yahoo Notícias

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