Silvio Santos, um dos maiores apresentadores da televisão brasileira e fundador do SBT, chegou muito perto de concorrer à presidência da República em 1989. Aos 93 anos, após sua morte recente, esse episódio voltou a ganhar destaque e é lembrado como um dos momentos mais curiosos de sua trajetória. Naquele ano, o Brasil vivia sua primeira eleição presidencial após o fim da ditadura militar. Nesse contexto, Silvio Santos surpreendeu a todos ao anunciar sua possível candidatura, movimentando o cenário político e causando um impacto inesperado entre eleitores e adversários.
A menos de um mês para o primeiro turno, setores do Partido da Frente Liberal (PFL) articularam o lançamento de Silvio como candidato. No entanto, ele optou por concorrer pelo Partido Municipalista Brasileiro (PMB), que já havia apresentado Armando Correia como candidato. A decisão de Silvio por essa outra legenda, naquele momento, causou uma reviravolta inesperada na corrida eleitoral.
Chapa formada com Marcondes Gadelha como vice
Para viabilizar a candidatura de Silvio Santos, Armando Correia renunciou à sua posição no PMB, permitindo que Silvio fosse lançado oficialmente como candidato a presidente. O senador paraibano Marcondes Gadelha foi escolhido como seu vice. A entrada de Silvio Santos na corrida presidencial causou um impacto imediato, gerando grande alvoroço entre os eleitores. Sua popularidade, construída ao longo de anos como comunicador, atraiu rapidamente a atenção do público.
SDe acordo com as pesquisas de intenção de voto realizadas na época, Silvio Santos aparecia com cerca de 30% da preferência dos eleitores, o que, consequentemente, o colocava em uma posição extremamente competitiva na corrida presidencial. No entanto, sua candidatura gerou diversas controvérsias, o que levou a questionamentos sobre sua legalidade. Como resultado, a Justiça Eleitoral acabou recebendo 18 pedidos de impugnação da chapa, os quais colocaram em dúvida a conformidade da candidatura com as normas eleitorais vigentes.
Impedimento e o fim da candidatura presidencial
Apesar de sua popularidade crescente e do entusiasmo que muitos eleitores demonstravam, a Justiça Eleitoral acabou decidindo impugnar a candidatura de Silvio Santos. As razões para essa decisão, por sua vez, incluíam irregularidades no registro do Partido Municipalista Brasileiro, além de questões ligadas ao próprio registro eleitoral do apresentador. Dessa forma, a Justiça considerou que a candidatura não atendia aos requisitos legais necessários, o que levou à exclusão de Silvio da corrida presidencial.
Embora Silvio Santos não tenha chegado a concorrer de fato, sua tentativa marcou a história da política brasileira. O episódio demonstrou o poder de sua influência, construída ao longo de sua carreira midiática, e como uma figura popular poderia mexer profundamente no cenário eleitoral. Mesmo sem participar da disputa, Silvio deixou sua marca no cenário político da época, mostrando o impacto que sua popularidade poderia ter tido.