Ananias afirma que ex-esquerdistas merecem perdão e podem se filiar ao PL; veja vídeo

Ananias Filho

O presidente regional do Partido Liberal (PL), Ananias Filho, fez uma declaração importante, afirmando que o partido está disposto a aceitar políticos que, no ado, estiveram em partidos de esquerda, desde que mostrem arrependimento ideológico. Segundo Ananias, todos aqueles que “erraram na vida” merecem “perdão” ao se filiarem ao PL. A fala veio no contexto de uma tentativa do partido de expandir suas fileiras, especialmente em Mato Grosso, com o objetivo de consolidar a sigla como um polo de força dentro da direita brasileira.

PL está aberto para ex-esquerdistas

Ananias Filho deixou claro que o PL está disposto a acolher ex-integrantes de partidos de esquerda, como o PT, desde que mostrem uma mudança genuína de postura ideológica. No entanto, ele foi enfático ao afirmar que o partido não aceitará políticos que, embora se filiem ao PL, ainda mantenham um compromisso “enrustido” com as ideologias progressistas. Ou seja, o PL buscará apenas aqueles que, de fato, se alinham com os princípios conservadores da direita e que se comprometem com as pautas que o partido defende.

A relação de Wellington Fagundes com o PT

Entre os nomes mencionados por Ananias, um dos mais notáveis é o do senador Wellington Fagundes. O político, que tem um histórico de alianças com o PT, foi coordenador da campanha de reeleição de Dilma Rousseff em 2014 e, também, candidato ao governo de Mato Grosso em 2018 pela coligação de esquerda, que apoiava Fernando Haddad na disputa presidencial. Apesar desse ado, Ananias acredita que Fagundes já demonstrou um alinhamento com a direita, principalmente ao articular a filiação de Bolsonaro ao PL e ao votar em pautas do governo no Congresso Nacional. Para Ananias, Fagundes “já provou ser de direita”, independentemente de suas alianças anteriores.

O ado do PL

É importante contextualizar a trajetória do PL, que, antes conhecido como Partido da República (PR), foi por anos aliado do PT. O partido integrou a base de apoio dos governos petistas de Lula e Dilma Rousseff e, inclusive, teve o empresário José Alencar como vice-presidente durante os dois mandatos de Lula. Contudo, após a ascensão de Jair Bolsonaro e sua filiação ao PL, o partido se afastou das políticas progressistas e se alinhou com as pautas conservadoras. Esse movimento permitiu ao PL formar novas alianças, especialmente com políticos que antes eram mais próximos da esquerda, e agora buscam se distanciar de seus compromissos ados.

Estratégia do PL para o futuro

Ananias Filho tem se concentrado em ampliar as alianças do PL, especialmente em Mato Grosso, onde o partido busca se consolidar para as eleições de 2026. Nesse sentido, o PL está trabalhando para reeditar as coligações que foram vitoriosas nas eleições de 2022, quando a sigla ajudou a eleger o governador Mauro Mendes e o vice Otaviano Pivetta. O objetivo é fortalecer a presença do PL em outros municípios e garantir o apoio a seus candidatos nas eleições estaduais e nacionais que se aproximam.

Além disso, o PL já tem suas estratégias para as eleições municipais de 2024. O partido pretende lançar candidatos fortes em diversas cidades e ampliar sua bancada de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Ananias já declarou que o PL tem como meta eleger, no mínimo, 40 prefeitos em todo o estado de Mato Grosso, além de expandir sua base no Congresso Nacional.

Equilíbrio ideológico e coesão partidária

O maior desafio do PL será, sem dúvida, garantir que seus novos membros se alinhem plenamente com as pautas conservadoras, sem prejudicar a identidade ideológica do partido. A tendência de ampliar as filiações pode ser positiva para o PL em termos numéricos, mas isso pode representar um risco de diluição das ideias que caracterizam a sigla, especialmente se o partido aceitar políticos cujas convicções ideológicas ainda os conectem com a esquerda.

Para Ananias Filho, é fundamental que o PL mantenha uma coesão interna, sem ceder a pressões externas que possam comprometer seus princípios. Ele precisa garantir que os novos integrantes estejam, de fato, comprometidos com a agenda da direita e que não haja contradições entre o discurso e a prática política do partido.

Crescimento ou risco de fragmentação?

Ananias Filho acredita que a expansão do PL é crucial para garantir sua força política nas próximas eleições, mas isso exige um cuidadoso equilíbrio entre a abertura para novos membros e a manutenção da identidade conservadora. A estratégia de ampliar o número de filiados pode ajudar o PL a fortalecer sua base eleitoral, mas, ao mesmo tempo, traz desafios relacionados à ideologia e à coesão partidária.

Em resumo, o sucesso do PL dependerá de sua capacidade de absorver ex-aliados da esquerda sem perder suas raízes ideológicas. A postura de Ananias Filho, ao buscar uma expansão estratégica e ao mesmo tempo garantir que os novos membros compartilhem as pautas da direita, poderá ser decisiva para o futuro do partido. O tempo dirá se essa estratégia se mostrará eficaz nas eleições de 2024 e 2026, e se o PL conseguirá consolidar sua posição como uma das maiores forças políticas da direita no Brasil.

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