Na última quinta-feira (28), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um apelo direto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), solicitando que concedam uma anistia aos acusados de envolvimento na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro. Bolsonaro acredita que essa medida seria crucial para “pacificar” o Brasil e ajudar a superar as divisões políticas que ainda afligem o país.
Bolsonaro defende a anistia como solução para a crise política
Em entrevista à revista Oeste, Bolsonaro fez uma comparação com a anistia concedida em 1979, que beneficiou indivíduos envolvidos em atos violentos durante o regime militar. Para ele, essa medida poderia “zerar o jogo”, permitindo que o Brasil recomeçasse sua jornada política em um ambiente de maior estabilidade. “Se tivesse uma palavra do Lula ou do Alexandre de Moraes sobre a anistia, estava tudo resolvido”, afirmou o ex-presidente, sugerindo que uma atitude de ceder por parte das autoridades poderia, efetivamente, trazer paz e resolução para a crise política atual.
Apelo direto ao STF e à presidência
Bolsonaro não hesitou em direcionar seu pedido aos ministros do STF, principalmente ao ministro Alexandre de Moraes, que, segundo ele, deveria reconsiderar a situação e aceitar a proposta de anistia. Para o ex-presidente, a pacificação nacional depende dessa ação, sendo a anistia o primeiro o para restaurar a harmonia política no país. Ele afirmou ainda que a ausência dessa postura poderia continuar alimentando o clima de polarização.
Críticas à Polícia Federal e à suposta perseguição política
Além disso, Bolsonaro aproveitou a ocasião para criticar duramente as investigações da Polícia Federal que o envolvem. O ex-presidente, que é um dos 37 indiciados pela PF pelos crimes de tentativa de golpe, abolição violenta do Estado de Direito e organização criminosa, classificou o relatório da polícia como “peça de ficção”. De acordo com Bolsonaro, as investigações têm como objetivo não apenas torná-lo inelegível, mas também afastá-lo da política definitivamente. Para ele, o que está em jogo não é uma simples questão jurídica, mas sim uma perseguição política de larga escala contra sua figura e seus aliados.
À medida que as investigações sobre os eventos de 8 de janeiro seguem seu curso, a proposta de Bolsonaro sobre a anistia continua a gerar discussões acaloradas no cenário político nacional. Enquanto isso, o ex-presidente segue sendo um dos principais alvos das investigações, o que mantém o debate sobre sua permanência na política e o futuro das investigações no centro da agenda pública.