Cabeleireira que pichou estátua no STF chora e pede perdão ao Estado Democrático de Direito; Veja vídeo

Débora Rodrigues dos Santos, de 39 anos, emocionou-se durante interrogatório ao lembrar do momento em que pichou com batom a estátua “A Justiça”, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). A imagem, que rodou o país com a frase “Perdeu, mané”, virou símbolo dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

O ministro Alexandre de Moraes autorizou a divulgação do depoimento, prestado em novembro de 2024. Nele, Débora chorou ao afirmar que um desconhecido a incentivou a cometer o ato. “Na praça, estava tirando fotos. Achei os prédios muito bonitos. Apareceu esse indivíduo, que nunca vi na vida, falando para mim [pichar a estátua], e caí. Eu nunca tinha ido a Brasília”, contou.

A frase que saiu da boca de Moraes e voltou contra o STF

Alexandre de Moraes disse a expressão “Perdeu, mané” a um bolsonarista durante uma abordagem em 2022.O grupo ou a usá-la de forma irônica para expressar repúdio às decisões do Supremo. Ao pichar a estátua com essa frase, Débora acabou se tornando peça central de um dos episódios mais simbólicos do 8 de janeiro.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou a cabeleireira por envolvimento no movimento que tentou impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. As autoridades prenderam Débora em 17 de março de 2023, durante a 8ª fase da Operação Lesa Pátria, e mantêm sua detenção até hoje.

“Feri o Estado com meu ato”, diz Débora

Durante o depoimento, Débora reconheceu a gravidade do que fez. “Reconheço que o país depende de hierarquias que devemos respeitar. Feri o Estado com meu ato. Cometi um erro isolado e não pretendo repeti-lo”, declarou.

O caso mostra que agentes públicos e líderes influenciaram pessoas comuns a se envolverem em ações de grande impacto institucional. Débora, que nunca havia visitado Brasília, se viu no centro de um episódio que continua a gerar desdobramentos judiciais e políticos.

O arrependimento não a livrou da prisão

Apesar do tom de arrependimento, o STF manteve a prisão preventiva da cabeleireira. Autoridades veem o gesto como uma ofensa direta ao símbolo da Justiça e ao próprio Estado Democrático de Direito. As autoridades esperam julgar Débora junto com os outros envolvidos nos atos antidemocráticos.

Perguntas e Respostas

Por que a frase “Perdeu, mané” ganhou repercussão?
Porque ela foi dita por Moraes a um bolsonarista e reapareceu em forma de pichação contra o STF.

Débora continua presa?
Sim. Ela está detida desde março de 2023, por ordem do Supremo.

Ela assumiu responsabilidade pelo que fez?
Sim. Débora afirmou que feriu o Estado e pediu perdão ao país.

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