Nessa sexta-feira (6), a Comissão Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Cuiabá, presidida por Rodrigo Arruda e Sá (PSDB), aprovou a cassação do vereador Paulo Henrique (MDB) por quebra de decoro parlamentar. O parlamentar foi preso em 20 de setembro, durante a Operação Pubblicare, acusado de envolvimento com o Comando Vermelho. Com essa decisão, o processo segue agora para votação no plenário, onde os vereadores decidirão se confirmam ou não a perda do mandato de Paulo Henrique.
Acusações de envolvimento com o Comando Vermelho
Paulo Henrique foi preso no mês ado durante a Operação Pubblicare, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo casas noturnas em Cuiabá. As investigações revelaram que o vereador estaria facilitando a lavagem de cerca de R$ 40 milhões, provenientes do tráfico de drogas e outras atividades criminosas, por meio da compra de estabelecimentos comerciais e organização de eventos na cidade, com o objetivo de ocultar a origem ilícita dos recursos. Devido à gravidade das acusações, o vereador foi afastado imediatamente de seu cargo.
Decisão da comissão
Após analisar o caso, a Comissão Ética e Decoro Parlamentar votou favoravelmente pela cassação de Paulo Henrique, alegando quebra de decoro parlamentar. A comissão concluiu que, diante das graves acusações de envolvimento com uma facção criminosa, o vereador não poderia continuar exercendo sua função como representante do povo. Agora, a decisão segue para o presidente da Câmara, Chico 2000 (PL), que será responsável por colocar o processo em votação no plenário. Assim, a próxima etapa será a deliberação dos vereadores, que decidirão se confirmam ou não a perda de mandato de Paulo Henrique.
Dúvidas sobre a legalidade da cassação
Embora a comissão tenha aprovado a cassação, Chico 2000 questionou a legalidade do processo, já que o vereador está afastado por ordem judicial. O presidente da Câmara levantou a dúvida sobre a possibilidade de cassar um vereador afastado judicialmente, o que criou incerteza sobre o andamento do processo. No entanto, Chico garantiu que, se a Procuradoria da Câmara confirmar a legalidade, o caso será pautado para votação rapidamente. “Se a Procuradoria afirmar que o processo está correto, ele será incluído na pauta da próxima sessão”, afirmou o presidente.
Possibilidade de comparecimento na sessão
Em relação à defesa de Paulo Henrique, o juiz da Sétima Vara Criminal, Jean Bezerra, autorizou o vereador afastado a comparecer à Câmara durante a sessão de julgamento, a fim de apresentar sua defesa pessoalmente. No entanto, ainda não há confirmação sobre a presença do parlamentar ou se ele escolherá fazer sua defesa nesse momento crucial do processo. Vale ressaltar que sua presença pode ser determinante, não apenas para o andamento do processo, mas também para a avaliação dos vereadores durante a votação, podendo influenciar a decisão final.
O impacto da Operação Ragnatela
Além da Operação Pubblicare, Paulo Henrique também é alvo da Operação Ragnatela, deflagrada em junho. Essa operação cumpriu mais de 40 mandados de prisão e busca, com o objetivo de investigar a lavagem de dinheiro do Comando Vermelho em Cuiabá. O esquema criminoso, que envolveu cerca de R$ 40 milhões, agrava ainda mais as acusações contra o vereador. Dessa forma, Paulo Henrique agora enfrenta não apenas as acusações estaduais, mas também o processo de cassação em sua própria Casa Legislativa, o que torna sua situação ainda mais complexa e difícil.
Próximos os e expectativa de votação
O próximo o será a votação no plenário da Câmara de Cuiabá, marcada para a próxima quinta-feira (12). Caso os vereadores confirmem a cassação, Paulo Henrique perderá seu mandato, o que representará uma decisão significativa tanto para a Câmara quanto para a sociedade. A expectativa é de que o caso seja resolvido de maneira transparente, levando em consideração as evidências apresentadas e respeitando o devido processo legal. Espera-se, assim, que a Câmara atue com imparcialidade e responsabilidade, garantindo que a decisão reflita justiça e os princípios éticos da Casa Legislativa.
Futuro de Paulo Henrique e da Câmara de Cuiabá
Portanto, a possível cassação de Paulo Henrique representa um momento decisivo para a Câmara de Cuiabá, que agora precisa se posicionar sobre um caso de grande repercussão. Se confirmada, a cassação não só terminará o mandato do vereador, mas também reforçará o compromisso da Casa com a ética e a moralidade pública. Esse processo marcará um marco importante para o Legislativo, que deverá agir de forma a manter a confiança da população em seus representantes.