Em 2023, os níveis de gases de efeito estufa atingiram um novo recorde, segundo dados divulgados pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). Conforme o relatório anual da agência da ONU, as concentrações de dióxido de carbono (CO²), metano e óxido nitroso não apenas aumentaram, mas também aceleraram em relação aos anos anteriores. Esse crescimento contínuo intensifica as preocupações com o aquecimento global e desafia diretamente as metas climáticas atuais.
CO² lidera como principal ameaça climática
De acordo com a OMM, o dióxido de carbono continua sendo o principal responsável pelo efeito estufa, respondendo por aproximadamente 64% do aquecimento global. Além disso, essas emissões de CO² resultam, em grande parte, da queima de combustíveis fósseis. Desde o início da era industrial, as concentrações de CO², metano e óxido nitroso aumentaram 151%, 265% e 125%, respectivamente. Esse aumento exponencial se deve tanto às atividades humanas quanto a fatores como as grandes queimadas e a redução da capacidade de absorção de carbono pelas florestas.
Emissões crescentes aceleram mudanças climáticas
Em 2023, a quantidade de emissões de CO² foi maior que a de 2022, ainda que tenha apresentado uma ligeira redução em comparação aos três anos anteriores. Ainda assim, os efeitos dessas emissões continuarão impactando o clima por décadas, uma vez que o CO² permanece na atmosfera por longos períodos. Dessa forma, enquanto as emissões seguirem nesse ritmo, o acúmulo de gases continuará a elevar as temperaturas globais, o que torna ainda mais desafiadora a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C, estabelecida pelo Acordo de Paris.
COP29 em Baku: um momento crítico para o clima
Essas conclusões chegam poucos dias antes da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29), marcada para ocorrer entre 11 e 22 de novembro em Baku, no Azerbaijão. Naturalmente, esse cenário impõe um sentido de urgência às discussões globais, uma vez que as nações precisam adotar medidas ainda mais rigorosas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, reforça que o momento exige atenção e ação por parte de todos os líderes, pois só com uma resposta imediata será possível evitar um aumento drástico nas temperaturas.
Assim, o novo recorde das concentrações de gases do efeito estufa em 2023 realça a necessidade de um comprometimento global sólido, que certamente será o foco das discussões na COP29.
