Uma denúncia de espionagem digital abalou as relações entre Brasil e Paraguai nesta semana. O governo paraguaio convocou o embaixador brasileiro para exigir esclarecimentos sobre supostos ataques hackers contra seus sistemas governamentais. O caso pode impactar negociações bilionárias sobre a Usina de Itaipu.

A suspeita de espionagem digital
Um funcionário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) revelou à Polícia Federal que a agência teria invadido sistemas do governo paraguaio, incluindo o Congresso e a Presidência. O objetivo seria obter informações sigilosas sobre as negociações do Anexo C do Tratado de Itaipu, que define condições comerciais da energia gerada pela usina. O suposto monitoramento teria começado no governo Bolsonaro e continuado no atual governo, até ser interrompido em 2023.
Impacto nas negociações de Itaipu
O Paraguai suspendeu as discussões sobre o Anexo C até que o Brasil explique as acusações. O país vizinho quer vender seu excedente energético no mercado livre, o que depende do acordo. A usina, que é a maior produtora de energia do mundo, é vital para ambos os países, e qualquer atrito pode afetar o abastecimento e os preços da eletricidade.
Reações e possíveis consequências
O governo brasileiro afirmou que interrompeu as operações assim que tomou conhecimento delas, mas o Paraguai exige uma resposta formal. Se a crise não for resolvida rapidamente, pode prejudicar não só as relações diplomáticas, mas também investimentos bilaterais e a cooperação em segurança fronteiriça.
Perguntas e respostas
- O que é o Anexo C do Tratado de Itaipu?
É a parte do acordo que regula a comercialização da energia gerada pela usina, atualmente em renegociação. - O Brasil realmente espionou o Paraguai?
Há um depoimento de um funcionário da Abin confirmando a ação, mas o governo brasileiro alega que a interrompeu em 2023. - O que acontece se as negociações não forem retomadas?
O Paraguai pode buscar outros compradores para sua energia, enquanto o Brasil pode enfrentar desafios no abastecimento elétrico.
A crise revela a delicadeza das relações entre os dois países e como questões de inteligência podem afetar acordos econômicos estratégicos. O desfecho dependerá da capacidade de ambos os lados em restabelecer a confiança.