Na manhã deste sábado (12), um homem conhecido como “Jaru” sofreu um atentado a tiros nas proximidades do antigo quartel do Corpo de Bombeiros, em Pontes e Lacerda, a 444 km de Cuiabá. O ataque aconteceu enquanto ele conversava com usuários de drogas na rua. Um motociclista se aproximou e disparou pelo menos cinco vezes, segundo testemunhas.
O suspeito conseguiu fugir. A vítima correu até uma loja próxima e se escondeu até a chegada da Polícia Militar. Os agentes localizaram “Jaru” com um ferimento causado por arma de fogo na perna direita. A equipe do Corpo de Bombeiros socorreu o homem e o levou imediatamente para uma unidade hospitalar da cidade.
Motivo do ataque aponta para briga amorosa
“Jaru” contou aos policiais que o ataque teve relação com o atual namorado de sua ex-companheira. Segundo ele, o autor dos disparos teria agido por vingança ou desentendimento pessoal. A polícia registrou a versão, mas ainda investiga outras possíveis motivações, incluindo disputas ligadas ao tráfico de drogas e à atuação de facções criminosas na região.
Facções impõem medo e regras no município
A população de Pontes e Lacerda convive com a presença de facções criminosas que, cada vez mais, se infiltram em bairros e comércios. O Comando Vermelho, por exemplo, já controla pontos estratégicos no município, inclusive áreas de garimpo ilegal. A facção exige que comerciantes comprem apenas de membros do grupo, estabelecendo uma rede de influência econômica que cresce silenciosamente.
Autoridades reagem, mas enfrentam obstáculos
A Polícia Militar e as forças de segurança já deflagraram diversas operações para combater o avanço das facções. Nos últimos meses, apreenderam armas, drogas e efetuaram prisões que desarticularam células criminosas. No entanto, os criminosos se reorganizam com rapidez, o que impõe um desafio constante para as autoridades locais. Além disso, o medo de retaliações faz com que muitas testemunhas se recusem a colaborar.
Facções como o Comando Vermelho impõem suas regras com lideranças locais que operam sob ordens diretas do alto escalão da organização criminosa.
As facções exploram economicamente o garimpo ilegal, cobrando taxas de proteção, vendendo insumos e controlando a circulação de mercadorias nas áreas exploradas.
A polícia enfrenta escassez de recursos, falta de inteligência integrada e, principalmente, o silêncio da comunidade, que teme represálias dos criminosos.
