O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), fez graves acusações nesta segunda-feira (02.12) ao revelar que a empresa APP Serviço Médico Ltda. utilizaria um “laranja” para firmar contratos milionários com a Prefeitura de Cuiabá. O gestor alegou que a empresa estaria vinculada ao médico Dr. Daoud Abdallah e que o valor dos contratos ultraa R$ 7,5 milhões, relativos à prestação de serviços na área de Urgência e Emergência Pediátrica.
Acusações de irregularidade nos contratos da saúde
Pinheiro questionou a regularidade da APP Serviço Médico Ltda., uma vez que a empresa possui um capital social de apenas R$ 20 mil. Para o prefeito, a discrepância entre o baixo capital e os contratos obtidos, que incluem serviços essenciais como a UTI pediátrica, é um forte indício de irregularidade. Ele acrescentou que Andreia Alves da Silva, que aparece como sócia-proprietária da empresa, seria, na verdade, uma “laranja” do médico Daoud Abdallah.
O médico, que tem vínculo com a Prefeitura de Cuiabá, foi candidato a deputado estadual e vereador pelo União Brasil, mas, de acordo com Pinheiro, não poderia ser sócio de empresas que prestam serviços para o município. O prefeito reforçou que todas as s de Andreia, em documentos oficiais, teriam sido feitas com o F de Daoud, aumentando ainda mais as suspeitas sobre a verdadeira titularidade da empresa.
Evidências de irregularidades na propriedade da empresa
Emanuel Pinheiro destacou outras irregularidades, como o fato de Andreia Alves da Silva ter recebido auxílio emergencial, o que indicaria falta de condições financeiras para ser proprietária de uma empresa com contratos de grande porte com a Prefeitura. Além disso, Pinheiro ressaltou que a APP Serviço Médico e a empresa de Daoud Abdallah, a Equipe Assistência Médica Ltda., compartilham o mesmo endereço, telefone e e-mail, sugerindo que ambas são istradas pela mesma pessoa.
Ação legal e investigação em andamento
Em resposta às denúncias, Emanuel Pinheiro afirmou que tomará as medidas legais necessárias e encaminhará o caso aos órgãos competentes, como o Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal, o Ministério Público Estadual (MPE) e a Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor). O prefeito também revelou que a APP Serviço Médico Ltda. ameaçou paralisar os serviços de UTI pediátrica, mas recuou após a pressão da gestão municipal, que exigiu o cumprimento do contrato.
Investigação pela Polícia Federal
Pinheiro também informou que a Polícia Federal investiga a APP Serviço Médico Ltda. Recentemente, a PF solicitou cópias completas do processo licitatório e todos os registros de pagamentos feitos à empresa. O prefeito ressaltou que, se a denúncia se confirmar, o processo de contratação de empresas prestadoras de serviços na área da saúde em Cuiabá pode apresentar sérias falhas, especialmente em períodos críticos como o da intervenção estadual.
Essa situação, portanto, levanta questões cruciais sobre a transparência nas contratações públicas. O caso está sendo cuidadosamente monitorado pelas autoridades competentes, que deverão investigar as acusações com rigor e esclarecer as circunstâncias envolvidas.