A cidade de Avaré, no interior de São Paulo, presenciou uma tragédia que chocou moradores e levantou questionamentos urgentes. Na tarde de terça-feira (27), Tani Roberto Neres Meira, de 40 anos, invadiu o posto de saúde Vera Cruz e assassinou a facadas sua ex-mulher, a enfermeira Márcia de Fátima Meira, também de 40 anos. Câmeras de segurança registraram toda a ação.
Mesmo com funcionários por perto, ataque ocorreu sem impedimentos
Inicialmente, o homem entrou pelo portão lateral da unidade, o que evidencia uma falha grave nos mecanismos de segurança. Em seguida, ele se sentou na recepção por alguns minutos, observou o ambiente e, logo depois, dirigiu-se à sala onde a vítima trabalhava sozinha. Assim que entrou, trancou a porta e atacou a enfermeira. Pouco depois, policiais militares conseguiram arrombar a porta, render o agressor e prendê-lo em flagrante. No entanto, embora Márcia tenha sido socorrida rapidamente, ela não resistiu aos ferimentos e morreu horas depois.
Ambiente de cuidado se transforma em local de violência
Além disso, o caso escancara um problema estrutural: a falta de proteção efetiva às mulheres, mesmo em seus locais de trabalho. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou 1.437 feminicídios apenas em 2023. Portanto, é evidente que o país enfrenta uma epidemia de violência de gênero. Quando essa violência acontece dentro de um espaço destinado à saúde, o impacto psicológico e simbólico é ainda maior.
Relacionamento anterior pode ter motivado o crime
Conforme informou a polícia, o casal viveu junto por cerca de 20 anos. Embora separados, os dois ainda mantinham contato. A investigação apura se havia registro anterior de ameaças. No entanto, até o momento, nenhuma medida protetiva estava em vigor. Por isso, especialistas apontam que a ausência de ações preventivas frequentemente resulta em tragédias como essa. A prefeitura de Avaré decretou luto oficial de três dias, e o posto de saúde foi fechado no dia seguinte ao crime.
Diante de mais um feminicídio em plena atividade profissional, a sociedade precisa refletir sobre a urgência de políticas públicas que garantam segurança real às mulheres, onde quer que estejam.
Perguntas frequentes
O portão lateral estava aberto, sem controle de o ou vigilância.
A polícia ainda investiga se a vítima chegou a relatar ameaças.
Até o momento, a gestão municipal não apresentou um plano concreto de proteção.