A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (13) a 5ª fase da Operação Sisamnes e colocou o advogado e ex-presidente da OAB-MT, Ussiel Tavares, no centro das investigações. Os agentes investigam uma rede empresarial que teria lavado dinheiro para disfarçar o pagamento de propinas destinadas a influenciar decisões no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Os policiais federais cumpriram 11 mandados de busca e apreensão em diversos estados, incluindo quatro em Mato Grosso. As autoridades também sequestraram bens e valores estimados em R$ 20 milhões. A Justiça determinou a retenção dos aportes dos investigados e proibiu suas saídas do país.
Ligação com morte de advogado em Cuiabá
Os agentes também cumpriram mandado contra uma ex-secretária do advogado Roberto Zampieri, assassinado em 2024 no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. A PF investiga a possibilidade de que o homicídio tenha conexão com os esquemas financeiros agora expostos pela Sisamnes.
A operação recebeu o nome em referência ao juiz persa Sisamnes, executado por corrupção no século VI a.C., e mira diretamente as estruturas que corrompem o sistema judicial brasileiro.
Tavares nega irregularidades e se diz tranquilo
Ussiel Tavares divulgou nota oficial e negou envolvimento com qualquer prática ilegal. “Não recebi a decisão judicial que embasou a busca e apreensão. Desconheço os motivos. Reafirmo meu compromisso com a verdade e me coloco à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos”, afirmou o advogado.
Ele ainda destacou sua confiança na Justiça. “Estou absolutamente tranquilo e certo de que a verdade prevalecerá. Sempre atuei com legalidade, ética e transparência”, declarou.
OAB acompanha ação e abre procedimento interno
A OAB-MT acompanhou as diligências por meio do Tribunal de Defesa das Prerrogativas (TDP) e afirmou que analisará o caso no Tribunal de Ética e Disciplina (TED). “Vamos apurar qualquer possível falta ética e aplicar as medidas cabíveis”, informou a entidade por meio de nota.
A Polícia Federal continua aprofundando a análise de documentos e extratos financeiros apreendidos. Os investigadores buscam comprovar o fluxo de recursos ilegais e mapear os beneficiários das decisões judiciais supostamente compradas.
Perguntas frequentes
Não. Ele foi alvo de busca e apreensão, mas segue em liberdade.
A PF suspeita que ele participou de um esquema de lavagem de dinheiro ligado a propinas no STJ.
É uma investigação da PF que apura corrupção e venda de decisões judiciais em tribunais superiores.