O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou nesta terça-feira (4/2) que a safra de 2025 e a queda recente do dólar podem ajudar a controlar os preços dos alimentos. A declaração de Haddad veio após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) observar que a alta nos preços dos alimentos “tende a se propagar para o médio prazo”.
Haddad afirma que safra de 2025 pode ajudar a conter alta dos alimentos; veja vídeo
— perrenguematogrosso (@perrenguemt) February 4, 2025
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De acordo com o Banco Central, a elevação dos preços se deu principalmente devido à estiagem e ao aumento dos preços das carnes, afetadas pelo ciclo do boi. Por outro lado, Haddad destacou que, recentemente, o Brasil ou por uma fase em que o dólar estava acima de R$ 6, mas agora a moeda americana está em torno de R$ 5,80. Para o ministro, a queda do dólar é um fator positivo, já que ajuda a controlar a inflação e pode conter a pressão sobre os preços dos alimentos.
Medidas para conter a alta dos preços dos alimentos
O governo federal tem se concentrado em encontrar soluções para reduzir os preços dos alimentos, que afetam especialmente as famílias mais pobres. Entre os alimentos que mais impactam o orçamento, destacam-se a carne e o café. Em 2024, o preço dos alimentos foi um dos principais responsáveis pela alta na inflação, que ficou em 4,83%, acima da meta definida pelo governo. O grupo de Alimentação e Bebidas subiu 7,69% durante o ano.
Entre os produtos com maiores variações de preços, destacam-se as carnes (20,84%) e o café moído (39,60%). Nesse contexto, o governo descartou a ideia de tabelar os preços, mas busca outras alternativas para aliviar o impacto da inflação. Uma das propostas é fortalecer o novo Plano Safra, oferecendo juros mais baixos para determinados produtos, o que estimularia a produção agrícola.
Super safra pode ajudar a controlar os preços
Haddad se mostrou otimista em relação à safra de 2025, que, segundo ele, será muito forte. O ministro acredita que essa safra, juntamente com a recente queda do dólar, terá um efeito positivo sobre a economia e ajudará a controlar os preços dos alimentos. “Eu estou muito confiante de que a safra deste ano, por todos os relatos que eu tenho tido do pessoal do agro, vai ser uma safra muito forte e isso também vai ajudar”, afirmou Haddad.
Além disso, ele afirmou que o trabalho conjunto entre o Banco Central e o Ministério da Fazenda ajudará a lidar com as “variáveis macroeconômicas” que pressionam os preços dos alimentos. A expectativa é que a combinação de uma boa safra e a estabilidade do câmbio traga alívio para os preços no médio prazo.
Meta de inflação e possibilidade de descumprimento
O Banco Central também reconheceu que a meta de inflação para 2025 pode ser descumprida, caso as projeções se confirmem. A meta de inflação deste ano é de 3%, com uma variação de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Assim, o teto da meta é 4,5%, e o piso é 1,5%. Caso a inflação permaneça acima do limite superior da meta por seis meses consecutivos, o descumprimento será registrado.
Haddad, no entanto, afirmou que o modelo de meta contínua oferece mais flexibilidade. Ele explicou que isso dá mais tempo ao Banco Central para avaliar a situação e decidir as ações a serem tomadas. “O BC terá tempo para analisar o patamar de juros restritivos e por quanto tempo ele manterá a taxa para garantir que a inflação volte à meta”, afirmou.
O governo está estudando fortalecer o Plano Safra, oferecendo juros mais baixos para estimular a produção e controlar os preços dos alimentos.
A safra de 2025 será forte, o que ajudará a aliviar a pressão sobre os preços dos alimentos e contribuirá para o controle da inflação.
Se a inflação ultraar o limite superior da meta por seis meses consecutivos, o Banco Central precisará explicar as razões ao ministro da Fazenda.