No Hospital Municipal Coração de Jesus, em Campo Verde (MT), uma cena rara e profundamente humana marcou a rotina da UTI. Maria Rita de Lima, de 74 anos, diagnosticada com câncer colorretal, pediu para ser batizada pela Congregação Cristã. Mesmo em estado grave, ela afirmou que precisava declarar publicamente sua fé em Jesus Cristo.
A equipe médica ouviu o apelo com atenção e agiu rapidamente. Em dois dias, os profissionais organizaram uma cerimônia no próprio leito da paciente, que já recebia cuidados paliativos. Eles respeitaram protocolos de segurança e permitiram a entrada de pastores, que realizaram o batismo em um tanque improvisado dentro da unidade intensiva.
Hospital se mobiliza e transforma impossibilidade em realidade
O hospital não hesitou. Enfermeiros, médicos e técnicos adaptaram o ambiente. A cerimônia, simples e silenciosa, aconteceu na manhã de quarta-feira (21). O momento reuniu os filhos de Maria, membros da igreja e profissionais da saúde. Todos respeitaram o espaço da paciente e garantiram um ambiente de paz e espiritualidade.
Bruna Fernanda Olegário Lima, filha mais nova de Maria, acompanhou o batismo de perto. Ela agradeceu aos envolvidos e se emocionou ao lembrar da força da mãe:
— “Parecia um desejo impossível dentro de uma UTI. Mas todos se empenharam. O sentimento é de gratidão imensurável.”
Câncer avança, mas fé se mantém firme
Maria Rita descobriu o tumor em abril. Pouco tempo depois, desenvolveu pneumonia e precisou de internação. Desde então, os médicos constataram a piora progressiva do quadro. Atualmente, ela recebe cuidados paliativos focados no conforto, com medicamentos que aliviam dores, ansiedade e dificuldade para respirar.
Mesmo fragilizada, ela manteve a lucidez e expressou o que considerava sua última missão de vida: ser batizada.
Perguntas frequentes
Qualquer pessoa que manifeste o desejo e esteja consciente, desde que a equipe médica autorize e haja condições seguras para isso.
Sim, desde que não interfiram nos cuidados médicos e respeitem normas sanitárias e institucionais.
Porque consideram o ato essencial para sua fé e buscam paz espiritual diante da morte.