Israel surpreendeu ao anunciar sua saída do Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU, gerando debates sobre imparcialidade e impactos no conflito com os palestinos. O chanceler Israel Katz justificou a decisão, citando “viés institucional” do órgão e um histórico de resoluções consideradas injustas.

Israel critica atuação desigual do Conselho de Direitos Humanos da ONU e reforça posição após saída dos EUA
Israel justifica sua decisão com a percepção de que o CDH da ONU, desde 2006, fiscaliza de forma desigual, concentrando-se em condenar ações israelenses e ignorando violações de grupos extremistas. A saída dos EUA, que cortaram financiamento à UNRWA, reforçou a visão de que o conselho perdeu imparcialidade. “Portanto, o afastamento de Israel claramente reflete sua desconfiança na atuação do órgão. Além disso, essa decisão também evidencia uma crescente insatisfação com o que o país considera um tratamento desigual e parcial por parte do Conselho de Direitos Humanos da ONU.”
Israel rebate acusações de crimes de guerra e genocídio, afirmando autodefesa e criticando investigações internacionais
Outra justificativa citada envolve o impacto das acusações de crimes de guerra e genocídio feitas contra Israel. O país alega que atua somente em autodefesa, tanto em Gaza quanto na Cisjordânia, e considera que investigações internacionais partiriam de premissas equivocadas ao minimizar ameaças de grupos como o Hamas. Declarações da relatora especial sca Albanese agravaram esse sentimento de isolamento, ao expressarem temor de intensificação do conflito, especialmente na Cisjordânia.
O fator de alinhamento político
A decisão foi tomada poucos dias após o presidente Donald Trump a retirada dos EUA do mesmo conselho, em paralelo à suspensão de ajuda financeira a projetos que beneficiam palestinos. Para analistas, a sintonia entre Tel Aviv e Washington indica um reforço de políticas mais duras contra o que veem como instabilidade na região, especialmente em Gaza.
Saída de Israel do Conselho de Direitos Humanos da ONU gera incertezas sobre investigações futuras e diálogo na região
A saída de Israel do CDH deixa questões em aberto: o movimento poderia inviabilizar investigações futuras sobre violações de direitos humanos? Como ficam eventuais negociações diplomáticas? Observadores temem que o distanciamento agrave a tensão regional e reduza as perspectivas de um diálogo efetivo, dificultando a busca por soluções que acomodem tanto os interesses israelenses quanto as reivindicações palestinas.
Perguntas e resposta
- Como a ONU reagirá à saída israelense? Autoridades da ONU expressaram preocupação, porém ainda não anunciaram medidas concretas. Enquanto isso, especialistas discutem se a organização agirá com firmeza ou buscará soluções diplomáticas.
- A retirada fortalece ou enfraquece a cooperação internacional? Especialistas divergem: alguns veem desgaste, outros acreditam em novas negociações.
- O conflito pode se agravar sem a mediação do conselho? Analistas temem maior tensão se as partes não retomarem o diálogo.