Juliana Leite Rangel, de 26 anos, baleada na cabeça durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal, recebeu alta hospitalar nesta quinta-feira (06/02). A jovem estava internada há 45 dias no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), em Duque de Caxias, Rio de Janeiro. A mãe de Juliana, Dayse Rangel, revelou que a notícia surpreendeu a família. “Foi uma surpresa para a gente, mas estamos muito felizes”, declarou.
Jovem b4le4d4 na cabeça pela PRF recebe alta após 45 dias e surpreende família pic.twitter.com/syyiiZdoAn
— perrenguematogrosso (@perrenguemt) February 7, 2025
Internada desde 24 de dezembro, Juliana ou semanas no Centro de Terapia Intensiva (CTI) e, após um mês, voltou a falar. No momento da alta, a família já aguardava no hospital para levá-la para casa, onde ela continuará o tratamento em consultas ambulatoriais.
Como tudo aconteceu: O ataque na véspera de Natal
O caso ocorreu em 24 de dezembro, quando Juliana e sua família estavam a caminho de Niterói para uma ceia de Natal. No percurso, o carro em que viajavam foi alvo de uma série de disparos feitos por agentes da PRF na Rodovia Washington Luís. Segundo Alexandre Rangel, pai de Juliana, mais de 30 tiros atingiram o veículo. Ele explicou que, durante o tiroteio, precisou deitar-se para se proteger, enquanto tentava conduzir o carro até o acostamento.
“Eu dizia: ‘Aqui tem família, aqui tem família’, mas eles continuaram alegando que atiramos primeiro”, afirmou Alexandre, que ainda relatou que o carro não possuía armas. Os agentes envolvidos declararam que abriram fogo porque supostamente haviam sido alvejados antes, versão que é contestada pela família.
Investigação sob a responsabilidade do MPF
O caso gerou grande repercussão e motivou a abertura de uma investigação pelo Ministério Público Federal (MPF), já no dia 25 de dezembro. O superintendente-geral da PRF, Antônio Fernando Oliveira, classificou o episódio como “um evento traumático”. Vitor Almada, superintendente da PRF no Rio de Janeiro, detalhou que três agentes participaram da abordagem, sendo dois homens e uma mulher, equipados com dois fuzis e uma pistola automática.
Até o momento, os nomes dos policiais envolvidos não foram divulgados. A reportagem também não conseguiu contato com a defesa dos agentes. A investigação buscará esclarecer se houve excessos ou irregularidades na conduta dos policiais durante a abordagem, bem como as circunstâncias que levaram ao disparo que atingiu Juliana.
Família agradece pela recuperação
Dayse Rangel, mãe da jovem, compartilhou em redes sociais sua gratidão pelo que considera uma segunda chance de vida dada à filha. “Naquele momento em que o carro estava sendo alvejado, eu achei que seria o nosso fim, mas Deus não se explica”, escreveu. Agora, com Juliana em casa, a família se concentra em sua recuperação física e emocional, esperando justiça pelas investigações em andamento.
Portanto, o episódio reacendeu discussões sobre o uso de força em abordagens policiais, especialmente em casos envolvendo cidadãos desarmados e famílias.
Perguntas frequentes
Os agentes afirmaram que o carro teria disparado primeiro. No entanto, a família contesta essa versão.
Juliana se recupera em casa depois de ar 45 dias internada, incluindo um período no CTI.
O Ministério Público Federal (MPF) investiga a conduta dos policiais envolvidos na abordagem.