O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializou, nesta segunda-feira (5), a demissão de Cida Gonçalves do comando do Ministério das Mulheres. Para substituí-la, foi nomeada a ex-ministra e assistente social Márcia Lopes, que já ocupou a pasta durante o governo de Dilma Rousseff. A troca faz parte de uma série de mudanças na Esplanada dos Ministérios, que vêm se intensificando desde o início de 2025.

Mais uma mudança estratégica no governo Lula
A saída de Cida Gonçalves já se desenhava como inevitável no Planalto desde fevereiro, quando surgiram informações sobre sua conduta dentro do governo. Em depoimento à Comissão de Ética da Presidência da República, ela revelou que interrompia suas agendas institucionais para atender às demandas da primeira-dama Janja da Silva — atitude que provocou desconforto nos bastidores do Executivo.
Cida também itiu que ignorava ligações dos ministros Alexandre Padilha, então à frente da Secretaria de Relações Institucionais, e Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência. Embora a Comissão tenha arquivado o processo que investigava sua conduta, as acusações de assédio moral e a suspeita de que ela teria tentado silenciar uma servidora por meio de apoio financeiro pesaram na decisão do presidente Lula de demiti-la.
Márcia Lopes retorna com perfil técnico e histórico na área
Com a saída de Cida, Lula optou por nomear Márcia Lopes, que já comandou o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.O governo considerou a experiência de Márcia Lopes em políticas públicas e na defesa dos direitos das mulheres estratégica para retomar a estabilidade e reforçar o foco técnico do Ministério das Mulheres, justamente no momento em que busca ampliar a coesão istrativa.
O retorno de Márcia ocorre em um contexto de reorganização ministerial. Além da mudança no Ministério das Mulheres, Lula trocou os titulares das pastas da Saúde, Previdência, Comunicações e Relações Institucionais. O movimento sinaliza um redesenho político para reforçar a governabilidade e reagrupar forças dentro do Executivo.
A dança das cadeiras continua
A atual fase de reorganização mostra que o presidente tem intensificado as movimentações políticas para conter ruídos internos e realinhar prioridades do governo. A nomeação de Gleisi Hoffmann para o lugar de Padilha, a demissão de Carlos Lupi em meio às investigações no INSS, e a substituição de Juscelino Filho após denúncias de corrupção pela PGR são exemplos de que Lula pretende apertar os controles políticos da istração.
Perguntas e Respostas
A decisão foi motivada por desgastes internos, denúncias arquivadas e má relação com outros ministros do governo.
Márcia Lopes, ex-ministra de Dilma Rousseff e especialista em políticas sociais.
Sim. Lula tem promovido uma série de mudanças na Esplanada para conter crises e reforçar a articulação política do governo.