Nicolás Maduro, ditador da Venezuela, criticou diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao abordar a contestação eleitoral no Brasil durante uma manifestação pró-regime na última quarta-feira (28). Ao referir-se ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Maduro afirmou que “ninguém mexeu com o Brasil” quando Bolsonaro questionou o resultado das eleições presidenciais de 2022, que deram a vitória a Lula. Com essa declaração, Maduro direcionou claramente suas críticas a Lula, comparando as situações políticas e eleitorais dos dois países.
Comparação dos processos eleitorais
Maduro destacou o processo eleitoral brasileiro e sublinhou que, apesar das alegações de fraude de Bolsonaro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ratificou a vitória de Lula. Ele enfatizou que a Venezuela não interferiu nem comentou sobre as eleições brasileiras, respeitando as instituições do Brasil e permitindo que o país resolvesse seus próprios problemas. Maduro, então, utilizou essa comparação para criticar a postura de Lula, que não reconheceu sua reeleição, recentemente chancelada pela Suprema Corte da Venezuela.
A oposição venezuelana afirma que venceu as eleições com 67% dos votos, baseando-se em atas de 80% das mesas de votação, enquanto Maduro obteve 30%. No entanto, Maduro rejeita a veracidade desses documentos e se recusa a divulgar os detalhes dos votos, ao contrário do Brasil, onde os boletins de urna são disponibilizados de forma transparente.
Maduro tenta legitimar decisões do TSJ
Maduro e seus aliados, incluindo o procurador-geral Tarek William Saab, usaram o exemplo brasileiro para legitimar as decisões do TSJ venezuelano. No entanto, Maduro ignora que, no Brasil, o CNE exerce a autoridade máxima sobre questões eleitorais. Além disso, o governo brasileiro declarou que cabe ao CNE, e não ao TSJ, esclarecer a situação eleitoral na Venezuela.
As declarações de Maduro aumentam a tensão entre Brasil e Venezuela após sua reeleição, enquanto ele tenta justificar a legitimidade de seu governo, mas expõe as divergências sobre a transparência e democracia nos processos eleitorais dos dois países.