O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), expressou na última sexta-feira (8) seu forte alerta sobre o crescente poder de influência do crime organizado no Brasil. Em um tom de preocupação, Mendes criticou as facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). Além disso, ele ironizou ao sugerir que essas organizações poderiam, eventualmente, se tornar partidos políticos. “Daqui a pouco vão defender que o PCC seja partido oficial no país”, afirmou. Assim, o governador destacou a necessidade urgente de mudanças legislativas para limitar a atuação dessas facções de maneira efetiva.
Mendes aponta interferência do crime organizado na política
Segundo Mendes, as facções já estão influenciando diretamente a política nacional. O governador revelou que existem relatos de ações dessas organizações nos bastidores do poder, envolvendo tentativas de interferência em decisões istrativas. Para exemplificar, ele mencionou a denúncia feita pelo prefeito eleito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), que acusa o Comando Vermelho de tentar influenciar a eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Cuiabá. Mendes considera esses episódios um ataque grave às instituições do Estado e, portanto, defende que uma resposta mais dura e imediata das autoridades federais se faz necessária.
Governador critica PEC proposta por Lula para segurança pública
Em meio às discussões sobre o combate ao crime organizado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs uma nova Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa ampliar o papel da União na segurança pública. Contudo, Mendes se mostrou insatisfeito com a proposta, afirmando que a PEC apresenta apenas soluções paliativas para uma questão tão complexa. “Tratar o crime organizado com soluções como uma dipirona em um paciente com câncer não resolve o problema”, criticou, destacando que o país precisa de ações mais concretas e eficazes para combater o fortalecimento das facções criminosas.
Reunião com o ministro da Justiça deve intensificar o debate
Na próxima semana, Mendes pretende levar essa discussão diretamente ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, durante uma reunião prevista para tratar do tema. Mendes assegurou que aproveitará o encontro para apresentar dados e fatos que, segundo ele, mostram a gravidade da situação. “Vou expor dados concretos sobre a segurança pública e sugerir caminhos que acredito serem necessários para enfrentar de fato o avanço do crime organizado”, garantiu.
As declarações de Mendes reforçam a crescente preocupação com o impacto do crime organizado no Brasil. Ao longo dos últimos anos, esse avanço não apenas ameaça a segurança pública, mas também afeta diretamente as instituições democráticas. Dessa forma, as críticas de Mendes sublinham a necessidade de um esforço nacional coordenado e eficiente para barrar essa ameaça.