Uma médica do Pronto-Socorro de Várzea Grande registrou um boletim de ocorrência contra o vereador Kleberton Feitoza Eustáquio, conhecido como Feitoza (PSB). O parlamentar a acusou de não estar na unidade de saúde durante o plantão da última quinta-feira (6). Logo, a profissional alegou que o vereador cometeu difamação ao expor sua imagem sem autorização e de forma injusta.
O vereador fez a acusação dentro da unidade de saúde
A médica chegou ao Pronto-Socorro às 7h da manhã para iniciar o plantão. Por volta das 18h, ela foi até a sala de descanso, onde ficou por alguns minutos. Um colega de trabalho a avisou que o vereador Feitoza estava procurando por ela. O parlamentar filmou o consultório vazio e afirmou que a profissional não estava atendendo. Por isso, ao perceber a movimentação, a médica se escondeu no banheiro para evitar exposição indevida.
Quando retomou os atendimentos, o vereador entrou no consultório sem permissão e começou a filmar. No vídeo, ele mostrou a médica e um paciente que estava sendo atendido. Em seguida, o parlamentar divulgou as imagens nas redes sociais. A profissional considerou a situação uma violação de sua privacidade e decidiu registrar um boletim de ocorrência.
Médica acusa vereador de difamação
A médica afirmou que o vereador prejudicou sua reputação ao divulgar o vídeo. Dessa forma, o boletim de ocorrência, ela alegou que Feitoza fez uma acusação infundada e gerou uma situação constrangedora.
O Código Penal brasileiro define difamação como um crime contra a honra. Quem atribui a alguém um fato que pode prejudicar sua reputação pode receber pena de detenção de três meses a um ano, além de multa. Profissionais da saúde já enfrentaram situações parecidas em outras cidades. Então, no Rio Grande do Norte, uma médica processou e venceu uma ação contra um paciente que a difamou nas redes sociais após invadir seu consultório.
Médicos Enfrentam Violações e Agressões no Trabalho
Casos de violência contra médicos acontecem com frequência no Brasil. Um levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) revelou que, a cada três horas, um profissional sofre algum tipo de agressão dentro de uma unidade de saúde.
Entre 2013 e 2023, médicos registraram cerca de 38 mil boletins de ocorrência por ameaças, lesões corporais, injúrias e difamação. Mulheres representam quase metade das vítimas. Assim, o estudo também apontou que muitos profissionais deixam de denunciar por medo de retaliação.
Repercussão e Possíveis Consequências para o Vereador
A atitude do vereador dividiu opiniões. Algumas pessoas apoiaram a fiscalização dos serviços públicos, enquanto outras consideraram a filmagem uma invasão de privacidade. A médica decidiu levar o caso à Justiça, e o processo pode resultar em punições para Feitoza, caso o Judiciário entenda que houve crime de difamação.
Se a Justiça condenar o vereador, ele pode enfrentar penalidades legais e até responder por danos morais. O caso também pode afetar sua imagem política e seu futuro nas próximas eleições. Enquanto isso, o episódio reacendeu o debate sobre a fiscalização dos profissionais de saúde e o respeito aos seus direitos.
Perguntas frequentes
Por que o vereador acusou a médica? Ele não a encontrou no consultório e gravou um vídeo alegando que ela não estava cumprindo o plantão.
Qual foi a reação da médica? Ela registrou um boletim de ocorrência, alegando que o vereador a difamou e expôs sua imagem de forma injusta.
O que pode acontecer com Feitoza caso a Justiça entenda que houve difamação? Ele pode ser condenado a pena de detenção e multa, além de enfrentar possíveis ações por danos morais