A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro evitou comentar nesta terça-feira (10) o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a suposta trama golpista, na qual seu marido, Jair Bolsonaro, é um dos principais investigados. Em tom irritado, ela respondeu a um jornalista da Folha de S. Paulo com uma frase seca: “Tem que ir lá para a porta do STF, meu amor”. A declaração foi dada em meio a um evento conservador na Câmara dos Deputados.
Michelle participou do “Grande Encontro em Defesa da Vida”, voltado ao combate à legalização do aborto, onde lideranças religiosas e parlamentares se reuniram para reforçar pautas de costume. A ex-primeira-dama assumiu papel de protagonista em uma agenda cada vez mais voltada ao eleitorado evangélico e conservador, mantendo-se afastada das discussões jurídicas que envolvem seu marido.
Julgamento avança no STF com ex-ministros no foco
Enquanto Michelle discursava no evento, o STF realizava a oitiva de ex-ministros do governo Bolsonaro. Anderson Torres, ex-titular da Justiça, e Augusto Heleno, que comandou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), prestaram depoimentos como parte da investigação conduzida pela Procuradoria-Geral da República. A apuração mira tentativas de ruptura institucional após a eleição de 2022.
O próprio Jair Bolsonaro ainda deve prestar depoimento nesta terça-feira, pois ele é uma das peças centrais do inquérito. As investigações acusam o ex-presidente de liderar articulações que buscavam minar o resultado eleitoral e pressionar as Forças Armadas a intervir no processo democrático.
Economia e estratégia política no radar do clã Bolsonaro
Apesar da tensão jurídica, aliados próximos mantêm a aposta em uma candidatura futura de Michelle, vista como alternativa eleitoral em meio à inelegibilidade de Jair Bolsonaro até 2030. A movimentação nos bastidores do PL indica que o nome da ex-primeira-dama pode ser uma ponte entre as bases conservadoras e o centro político, mantendo o capital político do bolsonarismo ativo.
Perguntas e respostas
Ainda não há confirmação oficial, mas aliados trabalham para viabilizar seu nome.
Sim. Ele deve depor ainda hoje no inquérito sobre tentativa de golpe.
Não. Ela evitou responder e demonstrou irritação com o assunto.