Mulheres na política: por que a representatividade ainda é um desafio no Brasil?

A participação feminina em cargos de liderança dentro dos partidos políticos brasileiros ainda é um tema que gera debates e reflexões. Apesar dos avanços, a presença de mulheres nas executivas partidárias e em posições estratégicas continua abaixo do esperado, revelando desafios estruturais que precisam ser superados para alcançar a igualdade de gênero na política.

A baixa representatividade nas executivas partidárias

Dados recentes mostram que, entre os 10 partidos com maior representatividade na Câmara dos Deputados, oito não atingem nem 30% de presença feminina em suas executivas nacionais. O PT é uma exceção, com 48% de mulheres nesses cargos, enquanto partidos como o PL e a União Brasil têm apenas 13% e 14%, respectivamente. Essa disparidade reflete uma cultura política que ainda prioriza homens em posições de comando, limitando o o das mulheres a recursos e oportunidades.

Candidaturas “laranjas” e a falta de apoio financeiro

A desigualdade de gênero na política gera um dos efeitos mais preocupantes: o fenômeno das candidaturas “laranjas”. Nesses casos, partidos inscrevem mulheres apenas para cumprir a cota de gênero exigida por lei, mas não oferecem o apoio necessário para campanhas competitivas. A deputada Carol Dartora (PT-PR) destaca que homens controlam a maior parte da distribuição de recursos e apoios políticos, o que dificulta o crescimento das candidatas mulheres. Sem o a esses recursos, muitas não conseguem se eleger, perpetuando assim o ciclo de exclusão.

Mulheres negras, indígenas e trans: a invisibilidade dentro dos partidos

A situação se agrava quando se analisa a representação de mulheres negras, indígenas e trans. Das 91 deputadas federais eleitas em 2022, apenas 29 são negras, quatro são indígenas e duas são trans. A professora Luciana Ramos, da FGV, aponta que os dirigentes partidários, em sua maioria homens brancos, tendem a indicar pessoas de seu próprio ciclo social, o que exclui ainda mais esses grupos. A falta de diversidade nas executivas partidárias reflete diretamente na baixa representatividade dessas mulheres na política institucional.

Perguntas e respostas rápidas

  1. Qual partido tem a maior representatividade feminina em sua executiva?
    O PT lidera com 48% de mulheres em sua executiva nacional.
  2. Quantas mulheres foram eleitas prefeitas em 2022?
    Foram eleitas 727 prefeitas, representando 13% dos municípios brasileiros.
  3. Quantas deputadas federais são negras?
    Das 91 deputadas federais eleitas em 2022, 29 são negras.

A luta por maior representatividade feminina na política brasileira ainda tem um longo caminho a percorrer. Enquanto os partidos não adotarem medidas concretas para promover a igualdade de gênero, a democracia continuará incompleta.

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