Fundada em 1996 por Luis Alvarenga, a Brasileirinhas marcou a “era de ouro” do mercado pornográfico no Brasil. Nos últimos 20 anos, a produtora de filmes contou com nomes conhecidos do público que acompanhava a TV: Alexandre Frota, Rita Cadillac, Gretchen, Leila Lopes e Mateus Carrieri.
A internet mudou a perspectiva não só da empresa, mas também de todo o setor. Por diferentes motivos, são raras as participações de artistas consolidados nas produções pornográficas desde 2010.
Fontes ouvidas por Splash citam a própria mudança do mercado, menos concentrado em grandes produtoras, que deixaram de pagar altos valores em cachês; e a consolidação de novas plataformas, como o OnlyFans. Além disso, no longo prazo ficou mais claro o custo social para quem aceitou fazer filmes do gênero e acabou excluído de ações publicitárias e projetos na TV.
A realidade das principais empresas que produzem filmes pornográficos no Brasil hoje não é mais a mesma do que era na época. Clayton Nunes, CEO da Brasileirinhas, conta em entrevista a Splash mudanças de estratégia tanto da empresa quanto dos profissionais que atuam nas produções. Antes produtos que faturavam alto nas locadoras e sustentavam por si só a indústria, hoje os filmes são meio para que a Brasileirinhas ganhe dinheiro com outras fontes de recursos, como o a bastidores, caso do reality “Casa das Brasileirinhas”.
Já as atrizes entram no jogo para se tornarem conhecidas, o que aumenta a base de seguidores e abre outras portas, a mais vistosa delas sendo as plataformas em que podem vender conteúdo diretamente a interessados, como o OnlyFans.
Elas nos procuravam anteriormente com a finalidade de serem atrizes pornôs. Hoje elas buscam apenas a fama, aumentar a base de seguidores, ficarem conhecidas para aí, sim, entrar no OnlyFans ou obter êxito com um canal no XVideos”, comentou Clayton Nunes.
“Consiste em acompanhar o dia das atrizes por uma semana. Você conversa diretamente com elas em nossos chats e ainda vê, ao vivo, como são feitos os filmes pornôs. A melhor participante do mês ganha o direito de retornar no mês seguinte”, explica Nunes sobre o “Casa das Brasileirinhas”.

‘Fiz por dinheiro’
Em reportagens da época e em entrevistas recentes, celebridades relatam ter recebido valores menores do que os que hoje se praticam no mercado pornográfico.
Em entrevista ao podcast 4talk Cast em agosto de 2021, Alexandre Frota revelou quanto ganhou com filmes pornôs após ser questionado pelos apresentadores Victor Sarro e Cintia Chagas.
Não me arrependo de ter feito. Na época foi ótimo. Recebi R$ 500 mil por quatro filmes, mais um apartamento, em São Paulo, que valia R$ 180 mil”, afirmou.
Assim como itiu Rita Cadillac em live realizada em outubro de 2020, Alexandre Frota foi claro em relação ao motivo de ter entrado no mercado: dinheiro.
“Escolhi fazer uma coisa que gostasse de fazer e ainda ganhasse grana. Escolhi a melhor produtora e fui. Entrei e o cara não acreditou. Ele olhou para minha cara e riu. Mas eu disse que iria fazer”, completou o ator.
Reportagem da revista Veja, publicada em 2009, conta que especulava-se nos bastidores que as atrizes Leila Lopes e Regininha Poltergeist ganharam em torno de R$ 300 mil para participarem de três filmes. Profissionais da época divergiam em declarações sobre os valores de fato investidos em cada produção, mas é certo para nomes de destaque da indústria que os investimentos atuais são bem mais modestos.
Via Splash Uol