O ator e roteirista Pedro Cardoso reacendeu o debate sobre desigualdade educacional no Brasil ao criticar com firmeza a existência de escolas particulares, que, segundo ele, simbolizam uma profunda injustiça social. Para o artista, o conhecimento pertence a toda a humanidade, e cobrar por ele fere o princípio da equidade.
Durante sua fala, Cardoso argumentou que inúmeras gerações construíram coletivamente o saber — como a matemática, a história e a literatura — e, por isso, a sociedade deve oferecer e garantir esse conhecimento a todos, independentemente da classe social.
“A quem pertence o saber?”
Pedro Cardoso questionou o fato de pessoas com maior poder aquisitivo terem mais o à educação de qualidade, enquanto crianças negras e pobres seguem excluídas por uma herança histórica de desigualdade. Ao usar sua própria experiência como exemplo — ele reconheceu ter tido oportunidades por nascer em uma família rica —, o ator refletiu sobre o contraste com outras crianças que nasceram nas mesmas condições de tempo e lugar, mas sem os mesmos privilégios. “Não pode uma pessoa nascer rica, como me aconteceu, e o garoto que nasceu no mesmo dia, mas numa família herdeira da escravidão, não ter direito ao saber da escola particular”, afirmou.
Bem comum x bem particular
Cardoso também defendeu que ser de esquerda é lutar pelo equilíbrio entre o bem comum e o bem particular. Para ele, o o à escola, à saúde, à moradia e à mobilidade urbana deve ser garantido a todos. “Todo mundo tem direito ao conhecimento. Agora, voar de asa delta? Problema teu, trabalhe e compre uma. Nem todo mundo tem direito a voar de asa delta, mas todo mundo tem direito a uma escola, a um hospital, a uma casa para morar.”
Ele concluiu que, mesmo com a má istração dos impostos, isso não invalida o dever do Estado de investir em educação pública de qualidade. A má istração dos impostos não anula o valor da justiça social.
Perguntas e Respostas
1. Por que Pedro Cardoso considera a escola particular ofensiva?
Porque ela limita o o ao conhecimento, que ele acredita ser um direito coletivo e não um privilégio de quem pode pagar.
2. O que significa justiça do conhecimento, segundo Cardoso?
Garantir o o igualitário ao saber produzido pela humanidade exige que a sociedade ofereça esse conhecimento a todos os seres humanos.
3. Qual a relação entre impostos e educação na visão do ator?
Ele defende que pagar impostos é o preço justo para garantir uma educação pública e de qualidade para todos.
