A Polícia Federal avançou nesta terça-feira (20) com a segunda fase da Operação Rustius, que investiga um possível esquema de financiamento ilegal da campanha à prefeitura de Sorriso, em Mato Grosso, durante as eleições municipais de 2024. Os agentes cumpriram três mandados de busca e apreensão autorizados pelo Juiz Eleitoral de Garantias do Núcleo I do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE/MT).
As equipes recolheram materiais que, segundo a PF, vão reforçar as provas sobre a ocultação de despesas de campanha. Os investigadores afirmam que os organizadores do esquema esconderam valores que, se declarados, ultraariam o teto legal de gastos eleitorais.
Investigadores identificam crimes eleitorais graves
A Polícia Federal identificou transações financeiras ilegais realizadas para camuflar gastos e simular legalidade na prestação de contas da campanha. Os agentes buscam comprovar a prática de falsidade ideológica eleitoral, lavagem de dinheiro e formação de associação criminosa.
A corporação informou em nota oficial:
“A atuação esclarece mecanismos de ocultação de recursos e aprofunda a investigação de crimes eleitorais. Consolidamos os elementos probatórios colhidos até agora.”
A PF já indiciou 17 pessoas formalmente. O inquérito permanece sob sigilo judicial.
Operação Rustius foca em crimes cometidos durante as eleições
A Polícia Federal lançou a Operação Rustius ainda em 2024, após receber denúncias sobre doações suspeitas e movimentações financeiras incompatíveis com a renda declarada pelos doadores. Com apoio do Ministério Público Federal e da Justiça Eleitoral, os investigadores seguem o rastro do dinheiro que abasteceu a campanha em Sorriso.
Os agentes acreditam que os envolvidos utilizaram empresas de fachada e pessoas físicas como laranjas para encobrir a origem dos recursos. A PF apura se o grupo direcionou os valores para despesas de publicidade, transporte, comícios e material gráfico sem declarar esses gastos oficialmente.
Caso pode abalar cenário político local
A operação expõe fragilidades na fiscalização de campanhas eleitorais e pressiona partidos e pré-candidatos da região. Sorriso, considerada uma cidade estratégica no eixo do agronegócio, pode enfrentar abalo institucional nos próximos meses, especialmente se a Justiça Eleitoral comprovar a ilegalidade das doações.
O TRE/MT acompanha os desdobramentos do caso, e pode, com base nas provas, impedir a candidatura dos envolvidos ou até anular registros e mandatos, se houver comprovação de abuso de poder econômico.
Perguntas frequentes
A Polícia Federal mantém os nomes sob sigilo, mas já indiciou 17 pessoas ligadas à campanha eleitoral de 2024.
A PF apura um esquema de caixa dois, com ocultação de despesas e lavagem de dinheiro durante a eleição municipal em Sorriso.
Sim. Se a Justiça Eleitoral confirmar abuso de poder econômico, os envolvidos podem ter registros ou mandatos cassados.