Uma explosão seguida de incêndio feriu 11 trabalhadores na plataforma Cherne 1, operada pela Petrobras na Bacia de Campos, litoral norte do Rio de Janeiro. Um dos feridos precisou ser resgatado diretamente pelo mar. Apesar do controle rápido da situação, o incidente levantou novas preocupações sobre a segurança nas operações offshore da estatal.
Inicialmente, a explosão paralisou tudo inclusive as comunicações
Por volta das 7h25, a própria Petrobras notificou o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) sobre o acidente. Imediatamente, as operações de escoamento de gás foram interrompidas, e as comunicações da plataforma caíram. Além disso, a empresa acionou embarcações de combate a incêndio, que conseguiram conter as chamas em pouco tempo. Como resultado, mais de 170 trabalhadores foram evacuados sem maiores complicações, com exceção dos 11 feridos levados a hospitais em Macaé.
Contudo, a estrutura da plataforma já levantava alertas há anos
A plataforma Cherne 1, também conhecida como PCH-1, começou a operar há mais de três décadas. Desde então, especialistas vêm alertando sobre os riscos de manter ativos equipamentos que já ultraaram o prazo considerado seguro para instalações offshore. Segundo auditorias da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a unidade vinha apresentando sinais de desgaste, mas seguia ativa por conta de atrasos nos planos de descomissionamento. Dessa forma, o acidente atual se insere em um histórico de negligência com estruturas antigas.
Diante disso, Petrobras anuncia investigação, mas trabalhadores querem ação imediata
A Petrobras afirmou que iniciou uma investigação interna para apurar as causas da explosão. No entanto, representantes dos trabalhadores exigem mais que explicações: cobram investimentos urgentes em segurança, renovação das plataformas e revisão das políticas operacionais. Vale lembrar que, em 2001, a explosão na plataforma P-36 causou a morte de 11 pessoas e segue como a maior tragédia da estatal. Por esse motivo, o acidente atual acende um alerta vermelho para toda a indústria.
Perguntas frequentes
Porque o processo de descomissionamento é caro, lento e muitas vezes adiado por interesses operacionais e econômicos.
Embora treinamentos existam, sindicatos denunciam irregularidades na frequência e na qualidade desses exercícios.
A estatal pode acelerar o processo de substituição de plataformas antigas, aumentar a fiscalização e ampliar os investimentos em segurança operacional.