Na manhã do dia 18 de setembro, a Polícia Federal (PF) desmantelou um esquema de corrupção no setor de saúde indígena em Mato Grosso. A operação, batizada de Kalasiris, teve como alvo o Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante (DSEI Xavante). Durante as investigações, os agentes descobriram que gestores e conselheiros indígenas praticavam extorsão e assédio sexual contra enfermeiras, comprometendo o atendimento nas comunidades indígenas.
Detalhes do esquema de corrupção
De acordo com as investigações, os gestores envolvidos exigiam propinas para garantir a contratação e a permanência de agentes de saúde terceirizados. Além disso, eles manipulavam as contratações visando obter benefícios pessoais e financeiros. Consequentemente, essas práticas criaram um ambiente de trabalho insalubre e prejudicaram a gestão da saúde indígena.
Além da corrupção, os gestores também assediavam sexualmente as enfermeiras. Eles as forçavam a enviar fotos íntimas sob ameaça de demissão ou transferência para áreas remotas. Quando as vítimas se recusavam a atender às exigências, os gestores retaliavam, alegando falso mau desempenho. Esse comportamento causou não apenas danos à integridade das vítimas, mas também prejudicou a prestação de serviços de saúde às comunidades indígenas.
Medidas adotadas pela Polícia Federal
Durante a Operação Kalasiris, a Polícia Federal cumpriu 14 medidas cautelares aprovadas pela Justiça Federal de Barra do Garças. Entre as ações, a PF realizou a prisão preventiva de um dos envolvidos, suspendeu dois gestores de suas funções públicas e proibiu que eles mantivessem contato com as vítimas e testemunhas. Além disso, os agentes cumpriram 11 mandados de busca e apreensão em Barra do Garças (MT), Paranatinga (MT) e Aragarças (GO).Como resultado, a operação focou na coleta de provas para fortalecer as acusações de corrupção e assédio sexual, assegurando que os responsáveis sejam punidos com base nas evidências obtidas.
Impactos e futuros desdobramentos
Com a deflagração da Operação Kalasiris, a Polícia Federal trouxe alívio às vítimas e deu início à restauração da integridade no DSEI Xavante. As investigações, agora com provas sólidas, reforçam a necessidade urgente de mudanças no sistema de gestão da saúde indígena, especialmente no que diz respeito à contratação de agentes de saúde.
Além disso, a operação evidencia a importância de proteger os profissionais de saúde que trabalham em regiões vulneráveis, garantindo um ambiente de trabalho digno. A PF continuará as investigações para responsabilizar todos os envolvidos e impedir que esquemas semelhantes comprometam a saúde das comunidades indígenas no futuro.
Portanto, o caso demonstra a relevância de ações eficazes para restaurar a confiança no sistema de saúde indígena e proteger tanto os profissionais quanto os povos que dependem desses serviços essenciais.