A Polícia Civil prendeu a influenciadora Mariany Dias na manhã desta quarta-feira (2), em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. A polícia procura Emilly Souza, também influenciadora da cidade, que permanece foragida. As duas promoviam cassinos online ilegais por meio de perfis nas redes sociais. A ação integra a Operação Quéfren, que desmonta uma quadrilha especializada em jogos de azar e lavagem de dinheiro.
A delegacia de estelionato de Cuiabá cumpriu cinco mandados judiciais em Mato Grosso, sendo dois de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão. A Justiça expediu 70 mandados no total, com operações simultâneas no Ceará, São Paulo, Pará e Mato Grosso. Os agentes executaram 13 prisões, 17 buscas em residências, 23 abordagens veiculares e 15 bloqueios de bens e valores.
Influenciadoras estimularam apostas com ganhos fictícios
As investigações comprovaram que Mariany e Emilly simulavam ganhos falsos em plataformas de apostas ilegais. Elas utilizavam contas de demonstração (modo “demo”), onde os resultados positivos não envolviam dinheiro real, mas convenciam seguidores de que o lucro era garantido. Com isso, milhares de usuários se cadastraram e começaram a apostar, acreditando nos depoimentos das influenciadoras.
A organização criminosa contratou essas figuras digitais para ampliar o alcance das plataformas ilegais. As influenciadoras recebiam pagamentos fixos por publicação, comissões por novos cadastros e porcentagens sobre os valores apostados por seus seguidores.
Polícia desmonta estratégia digital da quadrilha
A Polícia Civil confirmou que a quadrilha operava com alta sofisticação digital. Ela explorava o alcance de influenciadores para atrair o público jovem e criar a ilusão de lucros fáceis. A operação revelou forte atuação nas redes sociais como Instagram, TikTok e YouTube, com estratégias que mascaravam os riscos reais das apostas.
As autoridades agiram em Juazeiro do Norte (CE), Fortaleza, São Paulo, Marabá (PA), Cuiabá e Várzea Grande, onde encontraram equipamentos, documentos e contas digitais ligadas ao esquema.
Justiça aperta cerco contra crimes digitais
O Ministério Público e a Polícia Civil adotaram medidas rigorosas para punir influenciadores que contribuem com crimes cibernéticos. A investigação considera que quem promove plataformas ilegais também responde criminalmente, mesmo que não controle diretamente a operação.
O Código Penal brasileiro prevê pena de até dois anos de prisão para quem explora jogos de azar, além de sanções por associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Perguntas frequentes
Mariany Dias foi presa e Emilly Souza está foragida; ambas são de Várzea Grande (MT).
Elas promoveram cassinos online ilegais usando ganhos falsos para atrair seguidores.
Sim. A divulgação é crime e pode levar à prisão, além de bloqueio de bens.