Por que tantas cidades no Mato Grosso têm nomes femininos?

Por que tantas cidades no Mato Grosso têm nomes femininos?

No Mato Grosso, os nomes femininos das cidades surgem como um fenômeno intrigante que reflete a identidade regional. Essa tendência, que gera curiosidade, começou com as decisões tomadas durante a colonização da área e rapidamente se espalhou pelo estado. Carlinda, Cláudia e Vera são exemplos de cidades que seguem essa moda, iniciada pela empresa Sinop, responsável por construir várias dessas cidades e que, curiosamente, acabou dando nome a uma delas também.

Publicação de @threadsperrenguematogrosso
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Cláudia: A cidade que deu início à tendência

Em 1968, a Sociedade Imobiliária Norte do Paraná (SINOP) deu início à construção da cidade de Cláudia. A empresa, encarregada de colonizar uma vasta área de 645 mil hectares, situada a cerca de 500 km de Cuiabá, trouxe pequenos proprietários rurais do norte do Paraná para povoar a região. Em vez de seguir a orientação do governo, que sugeria nomes em homenagem a figuras históricas ou notáveis, a SINOP optou por batizar a cidade de Cláudia, considerando o nome agradável de ouvir e falar. Essa decisão, portanto, marcou o início de uma tendência que rapidamente se espalhou pela região.

Expansão dos nomes femininos na região

Após a escolha de Cláudia, outras localidades seguiram o exemplo e também adotaram nomes femininos. Assim, surgiram cidades como Irene, Beatriz, Veruska, Fátima e Lenita, reforçando ainda mais essa prática. Além disso, estradas, ribeirões e outros pontos geográficos da Gleba Celeste, a área destinada à colonização, também receberam nomes de mulheres, consolidando essa identidade única na região.

Exceções notáveis e variações

Embora a maioria das cidades tenha adotado nomes femininos, algumas exceções merecem destaque. Por exemplo, a cidade de Vera surgiu antes de Cláudia e recebeu seu nome em referência à Terra de Vera Cruz, o primeiro nome do Brasil. Além disso, Santa Carmen foi batizada em homenagem à tia de Ênio Pipino, sócio da SINOP, com o “Santa” adicionado para seguir a tradição brasileira de homenagear figuras religiosas.

O legado cultural dos nomes femininos

A escolha de nomes femininos para tantas cidades no Mato Grosso não foi uma mera questão de preferência estética. Esse fenômeno, na verdade, reflete uma combinação de influências culturais, homenagens pessoais e decisões istrativas. Assim, ele continua a enriquecer a história e a identidade cultural da região, deixando um legado que ainda hoje desperta interesse e curiosidade.

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