O presidente do Vitória, Fábio Mota, fez críticas contundentes à gestão financeira do Corinthians e à falta de fair play financeiro no futebol brasileiro durante uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (17). Além de anunciar a renovação de contrato com o atacante Osvaldo e a chegada de um novo patrocinador, Mota aproveitou a ocasião para destacar o que ele considera uma grave falta de responsabilidade por parte de alguns clubes, citando o Corinthians como exemplo.
Presidente do Vitória critica a postura financeira do Corinthians
Durante a coletiva, Fábio Mota foi direto ao mencionar o Corinthians como um dos clubes que, segundo ele, seguem contratando jogadores sem condições de honrar seus compromissos financeiros. Ele ressaltou que o time paulista acumula uma dívida superior a R$ 2,5 bilhões, mas continua a oferecer altos salários, o que, de acordo com ele, cria um desequilíbrio no futebol nacional.
— O Corinthians contratou jogador para pagar R$ 3 milhões por mês, enquanto não consegue pagar nem o salário do mês. Essa loucura tem que acabar — afirmou Mota, sugerindo que essa postura prejudica clubes que tentam manter suas finanças em dia.
Punições para dirigentes que não cumprem com suas obrigações
Em sua fala, Mota também destacou a necessidade urgente de responsabilizar os dirigentes que istram os clubes de forma irresponsável. Segundo ele, em outros setores, quando um gestor comete erros graves, ele é punido. No entanto, no futebol brasileiro, essa prática parece não ser aplicada da mesma forma.
— Muitos desses dirigentes deveriam estar presos. No Brasil, tudo tem uma lei, mas no futebol parece que isso não acontece. Essa impunidade desmotiva os clubes que buscam fazer as coisas corretamente — declarou Mota, pedindo mais rigor no controle das finanças dos clubes.
Falta de responsabilidade afasta investidores
Outro ponto levantado por Fábio Mota foi o impacto negativo que essa falta de responsabilidade financeira causa no futebol brasileiro, especialmente em relação à atração de investidores. Ele afirmou que o comportamento de alguns clubes acaba afastando possíveis parceiros, pois ninguém quer investir em um ambiente onde as regras não são respeitadas.
— Uma das razões pelas quais temos tão poucos investidores é essa falta de seriedade na gestão de muitos clubes. Quem quer investir em um cenário assim? — questionou Mota.
O futuro do Vitória e a SAF
Além das críticas ao Corinthians e à gestão financeira de outros clubes, Mota aproveitou para falar sobre o futuro do Vitória e a possível transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Ele elogiou o modelo adotado pelo Fortaleza, inspirado no Bayern de Munique, onde a associação mantém o controle majoritário. No entanto, ele fez ressalvas aos exemplos do Vasco e Cruzeiro, que enfrentam dificuldades com seus parceiros na SAF.
Fábio Mota assumiu o comando do Vitória no final de 2021 e, desde então, ajudou o clube a subir da Série C para a Série A. Em 2024, o Vitória segue lutando contra o rebaixamento e está a apenas três pontos do Corinthians, o primeiro time fora da zona de degola.