Projeto quer proibir uso de símbolos cristãos em Paradas LGBTQIA+ de Cuiabá e prevê multa de até R$ 50 mil

Atualização legislativa gera debate sobre liberdade religiosa e expressão cultural em eventos públicos

A Câmara Municipal de Cuiabá colocou em pauta, nesta terça-feira (13/05), a leitura de um projeto de lei polêmico. O texto, apresentado pelo vereador Rafael Ranalli (PL), quer proibir o uso de símbolos cristãos em Paradas do Orgulho LGBTQIA+ e eventos similares na capital mato-grossense.

O autor afirma que o projeto não tenta censurar manifestações culturais, mas proteger a fé cristã e garantir o respeito à diversidade religiosa em espaços públicos. Ele baseia o texto no artigo 208 do Código Penal, que criminaliza o vilipêndio a culto religioso, e em trechos da Constituição Federal sobre liberdade de crença.

Proibição com penalidades pesadas

Se os vereadores aprovarem o projeto, os organizadores de eventos LGBTQIA+ que utilizarem cruzes, terços, Bíblias, imagens de santos ou qualquer outro símbolo cristão de forma considerada ofensiva enfrentarão penalidades imediatas. A primeira infração gerará uma advertência formal. Na reincidência, o valor da multa será de R$ 50 mil por símbolo utilizado.

Além disso, uma nova violação poderá levar à suspensão da autorização para realizar eventos do mesmo tipo por até três anos. A proposta determina que o dinheiro arrecadado com as multas financie programas de promoção da liberdade religiosa e combate à intolerância.

Debate entre respeito e censura

O projeto reacende a discussão sobre os limites entre a liberdade de expressão e o respeito à religiosidade. Ranalli afirma que não pretende limitar manifestações artísticas, mas impedir a banalização de símbolos sagrados. Segundo ele, o objetivo é “equilibrar direitos”, promovendo uma convivência pacífica entre diferentes convicções.

Perguntas e respostas

O que o projeto considera como desrespeito aos símbolos cristãos?

O uso de objetos religiosos em contextos considerados ofensivos, como sátiras ou encenações pejorativas.

A proposta interfere na liberdade artística dos eventos?

O vereador afirma que não, mas críticos alertam para risco de censura indireta.

Para onde vai o dinheiro das multas?

Para programas de incentivo à liberdade religiosa e combate à intolerância.

Veja também
Recentes