A recente proposta de emenda à Constituição que visa instituir o semipresidencialismo no Brasil tem gerado intensas discussões no cenário político nacional. A deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), manifestou-se contrária à iniciativa, argumentando que ela busca “tirar da maioria da população o direito de eleger um presidente com poderes de fato para governar”.

Entendendo o semipresidencialismo
No modelo semipresidencialista, o poder executivo é compartilhado entre o presidente da República e um primeiro-ministro. Primeiramente, o presidente, eleito pelo voto popular, atua como chefe de Estado. Por outro lado, o primeiro-ministro, indicado pelo presidente após consulta aos partidos com maior representação na Câmara, assume o papel de chefe de governo. Dessa forma, ele se torna responsável pela istração diária e pela implementação das políticas públicas.
Histórico de rejeições populares
A população brasileira rejeitou a adoção de sistemas que diminuem os poderes do presidente em duas ocasiões: nos plebiscitos de 1963 e 1993, quando recusou o parlamentarismo. Gleisi Hoffmann relembrou esses eventos para reforçar sua posição contrária à proposta atual, sugerindo que a mudança representa “muito medo da soberania do povo ou muita vontade de governar o país sem ter de ganhar no voto”.
A Proposta em tramitação
O deputado Luiz Carlos Hauly, propôs a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 2/25, que protocolou na Câmara dos Deputados após obter 179 s, superando o mínimo necessário de 171. A PEC propõe a implementação do semipresidencialismo e do voto distrital misto a partir das eleições de 2030. O presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que conduzirá o debate sobre o tema sem pressa, com o objetivo de buscar mais eficiência e participação popular no governo.
Perguntas e Respostas
- O que é o semipresidencialismo?
É um sistema de governo no qual o presidente da República compartilha o poder executivo com um primeiro-ministro, sendo este responsável pela istração do governo.
- Quais são as principais críticas à implementação do semipresidencialismo no Brasil?
As críticas incluem a alegação de que o modelo pode reduzir a soberania popular ao limitar os poderes do presidente eleito diretamente pelo povo.
- Quando o Brasil rejeitou anteriormente sistemas semelhantes ao semipresidencialismo?
Nos plebiscitos de 1963 e 1993, quando a população votou contra a adoção do parlamentarismo.