Pistoleiros assam um indígena Pataxó na noite desta segunda-feira (10), durante um ataque à comunidade Terra à Vista, na Terra Indígena (TI) Barra Velha do Monte Pascoal, em Porto Seguro, Bahia. Os disparos de arma de fogo mataram Vitor Braz, que entrou para a lista de indígenas mortos em conflitos por terra no Brasil. O crime aconteceu em um momento crucial, enquanto lideranças Pataxó e Tupinambá pressionavam o governo por avanços na demarcação de terras em Brasília.

Conflitos históricos e resistência indígena
A TI Barra Velha do Monte Pascoal, assim como as TIs Tupinambá de Olivença e Tupinambá de Belmonte, aguarda há mais de uma década a emissão de portarias declaratórias pelo Ministério da Justiça. Essas áreas, localizadas no sul e extremo sul da Bahia, são alvo de disputas entre indígenas e fazendeiros. O Conselho de Caciques Pataxó acusou fazendeiros de estarem por trás do ataque, afirmando que pistoleiros agiram de forma orquestrada.
Audiência em Brasília e comoção
O assassinato de Vitor Braz ocorreu na véspera de uma audiência pública no Distrito Federal, organizada pelo Ministério Público Federal (MPF), para discutir a demarcação das terras indígenas. Cerca de 300 indígenas estavam presentes no evento, que começou com um minuto de silêncio em homenagem à vítima. A audiência reforçou a urgência de resolver os imes que deixam comunidades indígenas vulneráveis à violência.
Impactos da demora na demarcação
A demora na regularização das terras indígenas tem consequências graves. Além de conflitos violentos, como o que vitimou Vitor Braz, comunidades inteiras enfrentam insegurança jurídica e ameaças constantes. Organizações indígenas e entidades de defesa dos direitos humanos criticam a falta de ação efetiva do governo federal e alertam para o aumento da violência em áreas de disputa.
Perguntas e Respostas
- Por que a demarcação de terras indígenas é tão demorada?
A burocracia e pressões políticas de setores ruralistas são os principais obstáculos. - Quantos indígenas já foram mortos em conflitos por terra?
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) informa que conflitos resultaram no assassinato de mais de 300 indígenas nos últimos dez anos. - O que acontece após a emissão de uma portaria declaratória?
A portaria é o primeiro o para a regularização da terra, mas ainda é necessário concluir processos de desintrusão e homologação.
A morte de Vitor Braz expõe a urgência de resolver os conflitos fundiários no Brasil, enquanto comunidades indígenas seguem resistindo em busca de justiça e direitos.