O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou nesta quinta-feira (6) que não vê necessidade do envio de tropas dos Estados Unidos para a Faixa de Gaza. A afirmação ocorre após o presidente americano, Donald Trump, sugerir essa possibilidade como parte de seu plano para assumir o controle e a reconstrução da região devastada por 15 meses de conflito.
Netanyahu, que está em Washington, reuniu-se com congressistas dos partidos Democrata e Republicano no Capitólio. Quando questionado por um jornalista sobre a necessidade de tropas americanas em Gaza, o premiê respondeu diretamente: “Não”.
Trump reforça plano de transformação de Gaza
Pela manhã, em sua rede social Truth Social, Trump reafirmou a intenção dos EUA de controlar a Faixa de Gaza. Ele apresentou um plano ambicioso para transformar a área em um grande desenvolvimento urbano, referindo-se a ela como a futura “Riviera do Oriente Médio”. Embora tenha mencionado a reconstrução, Trump descartou a necessidade de enviar soldados, afirmando que “a estabilidade na região reinaria!”.
Na terça-feira (4), durante uma coletiva na Casa Branca ao lado de Netanyahu, Trump não excluiu totalmente a possibilidade de apoio militar. Ele garantiu que os EUA fariam “o necessário” para concluir o projeto. Além disso, o presidente propôs o reassentamento dos habitantes de Gaza em outros países. Essa ideia, no entanto, recebeu rejeição veemente de nações como Jordânia, Egito, Emirados Árabes Unidos, Catar e Arábia Saudita, além da Autoridade Palestina e da Liga Árabe.
Resistência internacional e mudança de retórica
Após a repercussão negativa, o governo americano começou a suavizar a proposta. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o reassentamento dos palestinos seria apenas temporário, não definitivo. Apesar disso, a ideia continua a enfrentar resistência de aliados internacionais e até mesmo de congressistas do partido de Trump.
Os palestinos reivindicam a Faixa de Gaza como parte de um futuro Estado ao lado da Cisjordânia e Jerusalém Oriental. O plano de realocar os 2 milhões de habitantes do enclave é visto como um obstáculo para essa concepção de Estado.
Netanyahu afirmou que não vê necessidade de tropas dos EUA na região.
Trump propõe reconstruir a Faixa de Gaza e transformá-la em um grande polo urbano, conhecido como a “Riviera do Oriente Médio”.
Diversos países e líderes consideram a proposta inviável, pois comprometeria a ideia de um futuro Estado palestino que inclui Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental.