O vereador Paulo Henrique (MDB), de Cuiabá, agora enfrenta acusações formais por suposto envolvimento com uma facção criminosa, chamando a atenção pública e preocupando autoridades. O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal, aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), acusando o vereador de integrar uma organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro e corrupção. Além de Paulo Henrique, mais quatro pessoas respondem no processo, entre elas seu motorista, José Márcio Ambrósio Vieira, e Rodrigo Anderson de Arruda Rosa, ex-diretor da Secretaria de Ordem Pública de Cuiabá.
Prisão e medidas cautelares
A Polícia Federal prendeu Paulo Henrique em 20 de setembro durante a Operação Pubblicare, que, por sua vez, investiga um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao Comando Vermelho. Conforme apontam as investigações, o grupo usava shows e casas noturnas em Cuiabá para movimentar valores ilícitos. Embora tenha sido liberado cinco dias depois, o vereador agora cumpre várias medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e seu afastamento da Câmara Municipal. Além disso, ele está proibido de frequentar a Secretaria Municipal de Ordem Pública e Defesa Civil, o que, portanto, limita sua atuação em atividades istrativas.
Movimentação financeira e envolvimento de servidores
O MPE afirma que Paulo Henrique e outros servidores públicos facilitaram a emissão de licenças para eventos da facção em troca de vantagens financeiras. A facção movimentou cerca de R$ 79,1 milhões entre 2018 e 2022, utilizando esses eventos para ocultar a origem do dinheiro. Em julho, o MPE também tornou réus outros 14 envolvidos, incluindo Joadir Alves Gonçalves, o “Jogador”, apontado como líder do Comando Vermelho em Mato Grosso, e ex-servidores da Câmara Municipal de Cuiabá.
Implicações e desdobramentos
Em suma, o caso levanta preocupações sobre ligações entre figuras públicas e o crime organizado em Cuiabá, exigindo atenção de autoridades e sociedade. A denúncia expõe um esquema financeiro complexo, envolvendo eventos públicos e privados para lavar dinheiro para a facção. Dessa forma, a decisão final do Tribunal poderá estabelecer novos precedentes, ampliando o alcance das investigações e reforçando o controle sobre a relação entre o poder público e facções criminosas.